quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pra não esquecer.

Estou lendo Morangos Mofados do Caio Fernando Abreu, e é muito bom. Como não quero perder algumas frases do livro, vou postar rs, já que o livro é da biblioteca da escola.


"(...) Tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha vida, veja só que coisa mais individualista etilista, capitalista, só queria ser feliz, burra, gorda, alienada e completamente feliz."


"As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?"


"(...) Não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?"


"(...) Que aconteça alguma coisa bem bonita pra você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando." PS: O MAIS LINDOOOOOOOOOO! *-*


"(...) Tinha desejos violentos, pequenas gulas, urgências perigosas, enternecimentos melados, ódios virulentos, tesões insaciáveis. Ouvia canções lamentosas, bebia para despertar fantasmas distraídos, relia ou escrevia cartas apaixonadas, transbordantes de rosas e abismos."

"Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam para sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria."


"Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo por que digo mais, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora. Por vezes fecho os olhos e tenho a impressão de que esses telhados intermináveis são a única coisa que existe dentro de mim, você me entende agora? O quê? Sim tenho vontade de me jogar pela janela, mas nunca foi possível abri-la."


"(...) A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdia do corpo do outro. Tão simples."


"(...) Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não tínhamos dor, mas quela coisa daquela hora que a gente estava sentido, e eu nem sei se era alegria, também não usava máscara."


(...) Eu já o tinha visto, mas não ali. Fazia tempo, não sabia onde. Eu tinha andado por muitos lugares. Ele tinha jeito de quem também tinha andado por muitos lugares. Num desses lugares, quem sabe. Aqui, ali. Mas não lembraríamos antes de falar. Só que não havia palavras. Havia o movimento, o suros, os corpos meu e dele se aproximando, sem querer mais nada além daquele chegar cada vez mais perto."



Por enquanto é só. Estou na metade do livro, vamos ver o que mais vem.

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