Já li em vários lugares e ouvi muitas pessoas dizerem que saudade dói. Aprendi logo cedo que saudade não só dói como maltrata, machuca, pisa na gente. Perdi muita gente que amei imensamente, pessoas que carregavam meu sangue em suas veias. Pessoas que perdi pelo caminho que tracei até aqui, que me deixaram ou eu mesma deixei-as para trás. Algumas, vou ser sincera, mereceram. Mas mesmo assim, por bem ou mal, causaram feridas talvez irreversíveis, mas quem é que me garante que eu também não acabei com o dia de alguém? Ou talvez, até que sabe, uma semana. Não que eu me orgulhe disso, mas as vezes mesmo esso sendo o meu lado mais egoísta, é bom saber as vezes que tenho esse poder, porque só quem é importante demais pra mim consegue esse tipo de coisa. E eu sou leonina, gosto de sentir/saber que consegui despertar o afeto ou carinho de alguém.
Mas enfim, o objetivo do texto é falar de saudade. Mas a saudade boa, dos momentos maravilhosos da minha vida que passaram e só Deus sabe se vão voltar.
O abraço amigo que só alguns sabem dar sinceramente, a risada escandalosa de outros, o sotaque, o jeito de falar, as gírias, as manias, o modo como tudo nos fazia bem, nos fazia felizes. Aquela lembrança de todos sentados no sofá jogando video-game, assistindo filme, ou de todos na cozinha cantando parabéns, com pantufa na mão. Aquelas gargalhadas no Mc Donalds, o concurso nojento na praça perto da escola, andar sem rumo, sentar na calçada bebendo coca-cola sendo a única menina e não me sentindo intimidada por isso, dormir todos juntos, sentar na garagem de casa sendo zoada demais e mesmo assim rindo de mim mesma... Eu sei, estou nostálgica. Mas é que tem coisas na nossa vida que tem tão pouco valor na hora em que acontecem, mas que depois viram tesouros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário